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O PGA Tour anunciou na quarta-feira que chegou a um acordo para arrecadar mais de US$ 1,5 bilhão de um grupo de investidores norte-americanos, liderado pelo Fenway Sports Group, controladora do Boston Red Sox e do Liverpool Football Club.

O acordo daria ao PGA Tour uma quantia significativa de dinheiro num momento em que enfrenta forte concorrência do seu rival bem financiado, o LIV Golf, que é apoiado pelo fundo soberano da Arábia Saudita. O influxo de dinheiro levanta questões sobre se um acordo que a PGA fechou há seis meses para se alinhar com o fundo de riqueza saudita continua a ser necessário.

A PGA e o fundo saudita estabeleceram inicialmente o prazo de 31 de dezembro para definir os detalhes e finalizar o acordo. Esse prazo já foi prorrogado e a parceria entre as duas turnês ainda não foi concluída.

O comissário da turnê, Jay Monahan, disse na quarta-feira em uma teleconferência com jogadores da PGA antes do anúncio oficial que a turnê “permanece em diálogo ativo e frequente” com representantes do fundo de riqueza saudita. Ele acrescentou que os investidores norte-americanos estavam “conscientes e apoiavam” as negociações com o fundo. Ele acrescentou que esteve na Arábia Saudita há algumas semanas para realizar a devida diligência sobre a proposta de aliança com executivos que apoiam o grupo de investidores dos EUA.

O fundo saudita, por sua vez, deixou claro que continuará a competir com o PGA Tour através do LIV Golf se não houver aliança. Em dezembro, a turnê apoiada pela Arábia Saudita contratou Jon Rahm, o terceiro jogador do mundo.

É muito menos provável que o acordo provisório com os investidores norte-americanos atraia críticas dos clubes e do Congresso do que o acordo devastador que o PGA Tour atingiu em Junho para combinar forças com os sauditas. Esse acordo, após meses de rivalidade acirrada, atraiu críticas sobre os abusos dos direitos humanos na Arábia Saudita. O acordo saudita também carecia de detalhes significativos, levantando quase imediatamente questões sobre a sua durabilidade.

Entre os investidores norte-americanos que se juntam ao Fenway Group estão alguns dos nomes mais conhecidos do desporto e das finanças: Marc Lasry, fundador do fundo de cobertura Avenue Capital e antigo proprietário do Milwaukee Bucks; Tom Ricketts, presidente do Chicago Cubs; Steven Cohen, proprietário do New York Mets por meio de seu family office, o Cohen Group; e Gerald Cardinale, fundador da empresa de investimentos RedBird Capital Partners.

Para eles, o investimento é, em parte, uma aposta num entusiasmo renovado pelos desportos ao vivo, impulsionado pela grande tecnologia que levou à celebração de acordos, do ténis ao críquete. Os investidores há muito acreditam que poderiam conduzir o PGA Tour com mais eficiência.

As negociações apresentavam um desafio pouco ortodoxo: como o PGA Tour tem sido historicamente uma entidade sem fins lucrativos, não teve uma estrutura de propriedade tradicional.

Mas a turnê está criando uma empresa com fins lucrativos para administrar seus negócios comerciais. Espera-se que os novos investidores acabem com uma participação nesse negócio, que os executivos chamaram de PGA Tour Enterprises.

A PGA Tour Enterprises terá agora um conselho de 13 pessoas, sete das quais serão jogadores, disse Monahan na teleconferência. Quatro membros do grupo de investidores dos EUA também farão parte do conselho, incluindo John Henry, presidente-executivo da Fenway, e Arthur Blank, cofundador da Home Depot.

Alguns participantes também receberão participação acionária na nova empresa como parte do acordo, potencialmente acalmando o alvoroço que se seguiu às negociações secretas com os sauditas. Os executivos do PGA Tour vêm lutando há meses para acalmar os jogadores e até concordaram com as exigências do ano passado para que Tiger Woods recebesse um assento no conselho do tour, em um esforço para limitar o poder de diretores externos.

Woods falou na teleconferência de quarta-feira com os jogadores, expressando sua aprovação ao acordo com os investidores norte-americanos. A convocação parecia ser uma tentativa de evitar a forma frenética como o Tour anunciou sua parceria com os sauditas, anúncio que pegou a maioria dos jogadores de surpresa.

“O golfe é um esporte incrível”, disse Woods. “Quanto mais investimos na turnê, mais aproveitamos os benefícios dela.”

Apesar do patrimônio dos jogadores, do poder das estrelas e do dinheiro novo, o fundo soberano da Arábia Saudita continua a pairar sobre o PGA Tour. Mesmo antes do seu lançamento em 2022, era um perigo para o PGA Tour, utilizando grandes orçamentos para caçar as suas estrelas. O fundo saudita posteriormente processou o PGA Tour pelo que alegou ser um comportamento anticompetitivo, e o PGA Tour rebateu e enquadrou a lealdade ao tour como um ato de patriotismo.

Então, surpreendentemente, os americanos e os sauditas esboçaram um plano para combinar os seus negócios de golfe. Um dos escassos detalhes desse acordo incluía um acordo entre ambos os lados para abandonar seus respectivos litígios.

Logo depois, os executivos do PGA Tour compareceram ao Congresso para explicar o acordo. Entre as questões que enfrentaram estava o porquê de não ter procurado outros investidores. E o Departamento de Justiça, que já vinha examinando o PGA Tour por questões antitruste, preparou-se para rever o acordo. Os jogadores estavam quase em rebelião.

A digressão começou então a abrir conversações com investidores norte-americanos – uma medida que poderia angariar dinheiro sem o escrutínio político e regulamentar.

By NAIS

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