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Esta filosofia tem desvantagens significativas. Em um sistema de saúde pública carente de recursos, certamente é discutível que esse seja o tipo errado de gasto. As diferenças cotidianas nos corpos acabam sendo patologizadas pelo estabelecimento médico, definindo a atratividade de forma limitante. Seios pequenos, por exemplo, podem ser diagnosticados como “hipotrofia das glândulas mamárias”. Finalmente, como os cirurgiões plásticos adquirem prática em hospitais do governo, os pacientes pobres são basicamente cobaias, diz Jarrín.
Apesar de todas as suas falhas, no entanto, o que a política do Brasil cria é uma aceitação de que a beleza é uma forma de autocuidado e que não há nada embaraçoso em querer atender ao padrão da sociedade de como devemos ser, independentemente de nossa classe social. Não há como negar que pequenas mudanças que podemos fazer em nossas superfícies têm profunda influência em nossa qualidade de vida e que a beleza costuma ser um meio de ganhar poder.
Quando voltei para a Virgínia após o acidente de minha filha, fiquei imaginando qual teria sido o tratamento dela se tivesse acontecido aqui. A cobertura de saúde da maioria dos países aplica-se apenas a cuidados reconstrutivos, não estéticos. O Brasil, um outlier, vê mais continuidade entre os dois, “provavelmente um meio de impor sua própria agenda, mas eles também têm razão”, diz Alexander Edmonds, autor de “Pretty Modern: Beauty, Sex, and Plastic Surgery in Brasil.”
Nosso sistema nos Estados Unidos torna o tipo de tratamento hospitalar que minha filha recebeu uma questão de privilégio. Embora seu procedimento possa ser considerado reconstrutivo em vez de cosmético, se ela teve a chance de ver um cirurgião plástico dependeria de onde ela estava sendo tratada. Por exemplo, hospitais visitados por pacientes do Medicaid são menos propensos a oferecer a opção de um cirurgião plástico, e o Medicaid não cobre cirurgia estética, a menos que o procedimento seja clinicamente necessário – o que, no caso de minha filha, não era.
Os padrões de beleza continuam a aumentar, mas o acesso a cuidados cosméticos é rarefeito.
Quando fui ao consultório do pediatra da minha filha para tirar os pontos, a enfermeira hesitou a princípio. Ela nunca tinha visto pontos como os dela, com a linha visível apenas na entrada e na saída. Ela trouxe dois médicos apenas para verificar se ela estava fazendo certo. Nenhum deles sabia ao certo, mas quando puxado por uma das pontas, o fio saía com facilidade. Perguntei como seriam os cuidados daqui para frente para minimizar as cicatrizes. Protetor solar, todos disseram.
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