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Ainda assim, se você for como eu, poderá inclinar-se mais para um lado do que para o outro. Neste sentido, a produção de Scott Ellis para a Roundabout Theatre Company ainda não atingiu o equilíbrio ideal; Ryan, substituindo Tyne Daly doente, teve apenas algumas semanas para se preparar. Sua opinião sobre Aloysius é inteligente e intransigente, mas um pouco pequena em momentos cruciais, deixando o esplêndido Schreiber – um robusto de 1,80 metro, com um corte escovado de cara durão e uma buzina grossa do Bronx – para superá-la. (Brian F. O’Byrne, que interpretou Flynn em 2005, era mais desgrenhado, e Cherry Jones, como Aloysius, mais imponente.) Schreiber também tem quase a mesma idade de Ryan, nem algumas décadas mais jovem, como está escrito.

A cena culminante entre a freira e o padre, à medida que as suas certezas finalmente colidem, é assim ligeiramente abafada nesta produção, que não leva tempo suficiente para deixar penetrar a importância do que está acontecendo. marcenaria da peça: Algo mudou fundamentalmente, mas Shanley se recusa a dizer o que é. (Uma conclusão crucial ainda está por vir.) Acho que essa falha é a razão pela qual alguns críticos acharam “Dúvida” um pouco astuto: como os procedimentos, ele retém informações para manter o suspense, mas, ao contrário deles, o faz permanentemente. É manipulador.

Isso é realmente uma crítica? Quero que as peças me manipulem, e muitas vezes acontece que não podemos saber a verdade. Para um homem como Flynn, que tem “coisas que não pode dizer” em 1964, pode muito bem ser que ele seja inocente da acusação de Aloysius, mas culpado de outra coisa.

Tal ambiguidade, necessária e humilhante, é uma preocupação constante para Shanley, que neste inverno é objeto de uma retrospectiva acidental em Nova York. O mesmo julgamento incerto está no cerne do seu “Filho Pródigo”, mais diretamente autobiográfico, no qual outro rapaz problemático – interpretado, na estreia do Manhattan Theatre Club em 2016, por Timothée Chalamet – fica sob a influência de outro mentor católico. O consumo de álcool por menores está novamente envolvido, assim como a impropriedade sexual.

Ainda assim, Shanley não condena exatamente o professor de “Filho Pródigo”, inspirado em uma figura central de sua juventude, exceto pelo uso de seu nome verdadeiro; investigação moral, a peça demonstra, não é o mesmo que certeza moral.

Nem é o mesmo que inconsequência moral; algumas pessoas pagam pelos seus pecados. A meu ver – sua conclusão pode variar – “Dúvida”, nesta produção, joga Aloysius debaixo do ônibus por seu orgulho. Isso parece realista. Os padres Flynn deste mundo muitas vezes se recuperam de acusações muito mais graves, não porque sejam necessariamente inocentes, mas porque, com coleira ou não, são homens.

Dúvida
Até 21 de abril no Todd Haimes Theatre, Manhattan; roundabouttheatre.org. Duração: 1 hora e 30 minutos.

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By NAIS

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