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A razão mais intuitiva é que relacionamentos ambivalentes são imprevisíveis. Com um inimigo claro, você coloca um escudo quando se cruza. Com um inimigo, você nunca sabe se o Dr. Jekyll ou o Sr. Hyde vai aparecer. A ambivalência causa um curto-circuito no sistema nervoso parassimpático e ativa uma resposta de luta ou fuga. É enervante esperar por um abraço enquanto se prepara para uma briga.

Outro fator é que as interações desagradáveis ​​são mais dolorosas em um relacionamento ambivalente. É mais perturbador ser decepcionado por pessoas de quem você gosta às vezes do que por pessoas de quem você não gosta o tempo todo. Quando alguém o esfaqueia pelas costas, dói mais se ele for amigável na sua cara.

Finalmente, a ambivalência é um convite à ruminação. Agonizamos com comentários ambíguos, sem saber o que fazer com eles e se devemos confiar nas pessoas que os fazem. Nós nos concentramos em nossos sentimentos confusos, divididos entre evitar nossos inimigos e manter a esperança de que eles mudem.

Embora os inimigos sejam as pessoas que mais nos machucam, somos muito mais lentos para derrubá-los do que os inimigos. Em nossas vidas, temos tantos relacionamentos ambivalentes quanto conexões de apoio. E não parecemos melhorar com a idade em lidar com eles. (Claro, embora nenhum relacionamento seja puramente positivo, qualquer relacionamento que cruze a linha para ser abusivo deve ser descartado.)

No início de minha carreira, investi muita energia orientando um aluno. Achei que era um relacionamento positivo, mas ela escolheu um conselheiro diferente. Quando pedi feedback, descobri que o relacionamento parecia diferente de onde ela estava. Por um lado, ela apreciou minhas respostas rápidas e orientação clara. Por outro lado, minhas respostas eram muito diretivas: eu estava silenciando sua voz e expulsando suas ideias. O que eu pensava ser apoio estava, na verdade, minando sua autonomia. Como diz Anne Lamott, “Ajuda é o lado bom do controle”.

É muito raro trocarmos esse tipo de feedback. Às vezes, acabamos evitando ou ignorando as pessoas que nos estressam dessa maneira. Nem sempre é uma decisão deliberada; procrastinamos as respostas e adiamos os almoços até que o relacionamento acabe. Outras vezes, apenas cerramos os dentes e toleramos relacionamentos ambivalentes como eles são.

Um relacionamento no qual você não pode ser sincero não é um relacionamento; é uma charada. Pesquisas mostram que tendemos a subestimar o quanto as pessoas são abertas a sugestões construtivas. O feedback nem sempre leva à mudança, mas a mudança não acontece sem feedback. O objetivo é ser o mais sincero possível no que diz e o mais cuidadoso possível na forma como o diz. Como Brené Brown enfatiza, “Clear é gentil”.

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By NAIS

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