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A rebelião mercenária que abalou a Rússia foi apenas “um problema menor”, disse o ministro das Relações Exteriores na sexta-feira, alertando o Ocidente para não pensar que o poder do presidente Vladimir V. Putin havia enfraquecido, mesmo com o Kremlin continuando a se mover contra o líder do o motim.
Falando em uma entrevista coletiva, o ministro das Relações Exteriores, Sergey V. Lavrov, afirmou que a Rússia emergiria “mais forte e resiliente” após o golpe de curta duração na última sexta-feira e sábado por Yevgeny V. Prigozhin e suas tropas do grupo Wagner, que desempenharam um papel vital na invasão russa da Ucrânia. Lavrov descartou a rebelião, que levou uma coluna blindada a 125 milhas de Moscou antes de voltar, como insignificante.
“Se alguém no Ocidente tem dúvidas sobre isso, o problema é deles”, disse ele. Ele acrescentou que as nações ocidentais que apoiam a Ucrânia estavam equivocadas se esperavam que “a fachada do governo russo tivesse rachado”.
O Kremlin insistiu repetidamente que o levante não tinha apoio e que a nação estava unida em torno de Putin, que descreveu o episódio como um teste importante pelo qual a Rússia passou enfaticamente. Mas está claro que o governo ainda está limpando suas consequências.
O destino de duas figuras-chave permanece incerto: o Sr. Prigozhin e o general Sergei Surovikin, um alto comandante militar visto como aliado de Prigozhin. Nenhum dos dois foi ouvido publicamente desde o fim de semana passado, seu paradeiro não foi confirmado e não está claro que grau de liberdade, se houver, qualquer um dos homens ainda desfruta.
O governo da Bielo-Rússia, o aliado internacional mais próximo de Putin, disse na terça-feira que Prigozhin havia se exilado lá, mas não houve confirmação independente disso. As autoridades russas aparentemente concordaram em não processar Prigozhin ou suas tropas, em troca de sua decisão de renunciar no sábado passado sem um grande confronto armado.
Autoridades americanas dizem que o general Surovikin, comandante das forças aéreas russas e ex-comandante do esforço de guerra na Ucrânia, provavelmente sabia com antecedência sobre o motim e parece ter sido detido. O governo russo se recusou a comentar. Alguns blogueiros russos pró-guerra relataram que ele foi preso, enquanto outros negaram.
William J. Burns, o diretor da CIA, ligou para o chefe do serviço de inteligência estrangeiro da Rússia após a rebelião da semana passada para garantir ao Kremlin que os EUA não estavam envolvidos, de acordo com uma autoridade americana, um dos vários contatos que entregaram essa mensagem. A CIA se recusou a comentar a ligação de Burns, que foi relatada anteriormente pelo The Wall Street Journal.
O governo Biden se esforçou para enfatizar às autoridades russas que não teve participação no levante e o vê como um assunto interno da Rússia. Em comentários públicos, Lavrov parece aceitar essas explicações.
O regulador de mídia estatal da Rússia bloqueou um site de notícias controlado por Prigozhin e, na sexta-feira, um jornal russo, Kommersant, informou que vários outros também foram bloqueados. Os serviços de segurança russos teriam invadido os escritórios de outras propriedades de Prigozhin.
Putin, cujo governo há muito negava qualquer conexão com Wagner – assim como Prigozhin até o ano passado – admitiu esta semana que os contratos do Kremlin apoiaram o exército privado. Ele disse que haveria uma investigação desses contratos para punir corrupção e especulação.
O Kremlin agiu esta semana para assumir o controle das forças mercenárias de Wagner em outros países, incluindo a Síria e a República Centro-Africana, onde formaram a brutal ponta de lança do apoio russo a governos repressivos, muitas vezes garantindo concessões lucrativas em recursos naturais. Diplomatas russos correram para garantir a seus aliados o apoio contínuo de Wagner.
John F. Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, disse na sexta-feira que Wagner, trabalhando para a junta militar que governa o Mali, planejou a saída de uma força de paz da ONU naquele país para promover seus próprios interesses comerciais. Semanas atrás, a junta pediu aos soldados da paz que saíssem “sem demora” e, na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU votou por retirá-los.
Não está claro o que acontecerá com as tropas de Wagner que lutam na Ucrânia, uma parte importante do esforço de guerra russo que deu a Prigozhin um grande número de seguidores na Rússia. Eles receberam ordens de assinar contratos até sábado com o Ministério da Defesa, colocando-os sob o controle do exército regular russo, se quiserem continuar fazendo parte da guerra.
Essa ordem significou o fim de Wagner como força independente na Ucrânia, enfraqueceu Prigozhin como força política e mostrou que ele havia perdido sua longa luta pelo poder contra os líderes do establishment militar da Rússia. Ele disse que isso também motivou sua rebelião, que ele insistiu ter como alvo esses líderes militares, não Putin.
O presidente Aleksandr G. Lukashenko, da Bielo-Rússia, disse esta semana que estaria disposto a receber combatentes de Wagner que não desejam se juntar às forças armadas russas e ofereceu-lhes uma base militar abandonada. Mas não se sabe quantos aceitarão a oferta.
Novas imagens de satélite de quinta e sexta-feira, analisadas pelo The New York Times, mostram que mais de 250 tendas, suficientes para abrigar milhares de soldados, foram erguidas nos últimos cinco dias em uma base não utilizada. O Times noticiou pela primeira vez na quarta-feira sobre a rápida construção lá. As imagens não mostram nenhum sinal até agora de uma grande presença de tropas.
A realocação dos combatentes do Wagner para a Bielo-Rússia pode criar uma nova ameaça à Ucrânia em sua fronteira norte, e o presidente Volodymyr Zelensky ordenou na sexta-feira que as defesas fossem fortalecidas.
A reportagem foi contribuída por Elian Peltier, Valerie Hopkins, Victoria Kim, Julian E. Barnes, Christoph Koettl, Riley Mellen, Dmitriy Khavin e Gabriela Sá Pessoa.
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