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O sindicato que representa cerca de 160.000 atores de televisão e cinema disse na noite de sexta-feira que continuaria as negociações de contrato com os principais estúdios de Hollywood e serviços de streaming, estendendo o acordo atual – que expiraria à meia-noite – até 12 de julho.
A decisão é um alívio bem-vindo, pelo menos por enquanto, para uma Hollywood sitiada, onde uma greve dos roteiristas entrou em sua nona semana sem fim à vista. Uma segunda greve do sindicato dos atores, SAG-AFTRA, a maior organização trabalhista do setor, basicamente fecharia Hollywood.
Caso os atores entrassem em greve, eles e os escritores estariam juntos nos piquetes pela primeira vez desde 1960. Os atores entraram em greve por um período significativo em 1980, quando ficaram três meses afastados.
A presidente do sindicato, Fran Drescher, apareceu no programa “Good Morning America” da ABC na quinta-feira para promover um novo projeto e, quando perguntado se as duas partes estavam progredindo, disse: “Em algumas áreas nós estamos. Em algumas áreas, não estamos.”
A Alliance of Motion Picture and Television Producers, a associação comercial que negocia os estúdios, se recusou a comentar na sexta-feira.
O sindicato dos atores e os estúdios começaram as negociações em 7 de junho, com os membros do SAG-AFTRA autorizando uma greve antes do início das discussões.
Uma greve de atores agravaria as questões trabalhistas em uma indústria que já viu um declínio significativo na produção de shows e filmes. Escritores marcantes fecharam algumas produções, e os estúdios não conseguiram conduzir roteiros inacabados durante o processo de desenvolvimento sem escritores para trabalhar neles.
Os roteiristas esperam que os atores se juntem a eles na greve, um movimento que colocaria seu sindicato em uma posição de negociação mais forte com os estúdios.
Os roteiristas não conseguiram tal aliança com a associação de diretores, que ratificou um novo contrato na semana passada com 87% dos membros votando a favor. Líderes do Writers Guild of America chamaram o acordo dos diretores de parte de um “manual” para “dividir e conquistar” os vários sindicatos que lutam por salários mais altos e resíduos mais pesados.
Na terça-feira, um grande grupo de atores, incluindo estrelas como Meryl Streep, Jennifer Lawrence e Drescher, enviou uma carta ao sindicato reafirmando sua vontade de entrar em greve.
“Estamos preocupados com a ideia de que os membros do SAG-AFTRA possam estar dispostos a fazer sacrifícios que a liderança não está”, dizia a carta, um tanto curiosamente dada a posição da Sra. Drescher no sindicato.
Os atores acrescentaram que questões como salário mínimo, resíduos, processo de escalação e regulamentações em torno da inteligência artificial precisam ser abordadas.
“Este é um ponto de inflexão sem precedentes em nossa indústria, e o que pode ser considerado um bom negócio em qualquer outro ano simplesmente não é suficiente”, diz a carta. “Sentimos que nossos salários, nosso ofício, nossa liberdade criativa e o poder de nosso sindicato foram prejudicados na última década. Precisamos reverter essas trajetórias.”
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