Tue. Sep 24th, 2024

Poderíamos falar, suponho, sobre tudo o que Taylor Swift fez pela economia, pulseiras da amizade, sismologia e Travis Kelce. Mas sua maior conquista não-musical é a inócua arte que ela fez da boca aberta. Numa tela de 15 metros, as diversas aberturas de sua boca constituem um espetáculo. Há o “Quem? Eu?,” o “sim, eu disse isso”, o “ai”, o “ooooo”, o “meu Deus” e o “Sally Field ganha outro Oscar”. A dela é a história de “oh”.

Essa alegria é motivo para estar feliz com o filme que foi montado a partir de seu show ao vivo – “Taylor Swift: The Eras Tour”, que foi filmado no SoFi Stadium, nos arredores de Los Angeles, a parada final da primeira etapa da turnê. “Feliz” porque está registrado como Swift pode ser um agente alegre no palco e a resistência reunida para dar poder a essa agência por quase três horas. O filme tem cerca de 165 minutos de duração, e ela está tão entusiasmada ao descer ao palco, para sua despedida, quanto nos minutos iniciais se materializando magicamente nele. As primeiras palavras que ela fala para as 70 mil pessoas que gritam por ela são: “Oh, oi!”, como se SoFi fosse um chuveiro onde a tivéssemos flagrado cantando.

Em junho, quando Swift pousou no MetLife Stadium em East Rutherford, NJ, os empurrões e gritos – de cinco estudantes do ensino médio – na minha retaguarda cessaram por volta das duas horas. Virei-me para verificar o estado de êxtase deles e encontrei um monte de cansaço – a versão humana daquele emoji de rosto amassado. Sua alegria durou mais que a deles, seu entusiasmo os deixou entusiasmados. No mínimo, este filme é um monumento a isso: a ilusão de facilidade de Swift. Ela não trabalha tão fisicamente ou tão livremente ou hidraulicamente como seus dançarinos. Ela não é uma Jackson. E ela não canta tão enormemente ou tão primorosamente quanto Streisand, Carey, Dion ou Knowles-Carter. Nem seu show – produzido como segmentos discretos dedicados a nove dos 10 álbuns de Swift – é o ginásio cultural que Madonna exige. Swift usa seus pontos fortes aprimorados: tom doce, estatura cativante, composições saborosas, piscar, a própria ideia de brincar. Não muito longe, perto de “Cruel Summer”, ela anuncia que encontramos “a primeira ponte da noite”. Há mais por vir, porque desde Lionel Richie nunca houve uma grande estrela pop que desfrutasse tanto do prazer do poder de seu bridgecraft.

Foi só nesse filme que a balada de 10 minutos de Swift sobre o término do namoro, “All Too Well”, que ela canta sozinha no palco com um manto brilhante e um violão, me pareceu uma conquista do teatro genuíno. Extasiado em uma sala de cinema, senti o ressentimento doloroso da música de uma nova maneira. Parte disso vem de observar o rosto de Swift registrar a dor, fazendo uma recriminação. O resto vem da música se agrupando no território do hino. Ao vivo, é como assistir alguém marcenando “American Pie” até ficar parecida com “Purple Rain”.

By NAIS

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